É um fato que sons de fora da “elite cultural” do sudeste
sofrerem bastante preconceito no Brasil, e não é diferente com tecnobrega.
Popularizado por bandas como Deja Vú, o estilo sempre sofreu com o estigma música
nordestina cafona.
Em ‘Xirley’, Gabi Amarantos tenta
– conscientemente ou não – reverter este quadro com uma faixa que, apesar de
conservar as características do tecnobrega, o reconfigura para se aproximar do
paladar de um público mais amplo absorvendo de elementos do dance e do pop sem
se descaracterizar.
Assim, se as tradicionais
síncopes do tecnobrega aqui surgem recortadas, como na música eletrônica, ou se
até mesmo os graves secos de sintetizador do eletropop dão as caras timidamente,
nenhum destes expedientes é novo, mas conseguem o feito de serem introduzidos
sem soarem artificiais ou forçados.
Porém estes efeitos não seriam de
nenhuma serventia se se ‘Xirley’ não fosse uma faixa atraente e isto ela é de
sobra. Mesmo que você torça o nariz para música nordestina, é pouco provável
que saia de uma audição desta faixa sem mexer os ombrinhos e cantar “eu vou
te samplear, eu vou te roubar”...
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