quarta-feira, 16 de janeiro de 2013

'Suit & Tie' - Justin Timberlake feat. Jay Z



Com apenas dois discos solo em sua carreira e diversas incursões como produtor, Justin Timberlake conseguiu se estabelecer como um respeitado nome da cena pop, angariando o respeito tanto da crítica quanto do público com seus trabalhos.
Em ‘Suit & Tie’, o single escolhido para quebrar o jejum de nove anos desde o último disco do cantor, Timberlake aposta numa sonoridade R&B old school que remete de forma discreta à Mowtown com seu  arranjo de sopros  e estalar de dedos e ao mesmo tempo a faz coexistir com elementos mais característicos do urban e do trabalho de Timbaland, como sua tradicional (e dispensável) introdução.
Deixando de lado as afetações que o aproximavam de uma cópia de Michael Jackson em gravações anteriores (como ‘4 Minutes’ e ‘Love Sex Magic’) em favor de uma tonalidade aguda que se encaixa perfeitamente ao single em questão,  Justin – que também assume a produção da faixa, como de costume -  não erra a mão e certifica-se de que tudo esteja ok: seus vocais estão bons, a produção é boa, a letra é boa. O problema é que nada passa disso e é aí que reside a maior fraqueza da canção: embora não desagrade, ‘Suit &Tie’ tampouco chama a atenção e nunca deixa de ser mediana. Na realidade, a escolha da faixa como lead single de um álbum tão aguardado como o de Timberlake é absolutamente arbitrária, uma vez que ela soa mais próxima de um outtake do que qualquer outra coisa.
Além disso, o single conta ainda com a participação de Jay Z, num rap que embora
Num primeiro momento, contudo, nenhuma destas falhas parece importar e o single – turbinado com uma participação de Jay Z que mais parece enxertada, ao invés de soar natural – certamente estreará direto no top 5 da Billboard americana, se beneficiando da hype criada em torno do vislumbre de um disco novo de Justin, embora sua durabilidade nas paradas seja bastante questionável.
No final das contas, além de não atender às expectativas criadas por um hiato musical tão longo,  em seu novo single Justin parece mais preocupado em estabelecer seu comeback ao cenário musical do que de fato criar um hit.

quarta-feira, 9 de janeiro de 2013

Playlist top 5: Músicas de 2012 para Morrer Antes de Ouvir

Com o fim do ano, pipocam aos montes na internet textos como 'As Melhores do Ano que Termina' ou 'As 100 Melhores Músicas de 2012'. Ciente de que você, caro leitor que perdeu um pouco o fio do que rolava no mundo da música em meio a tantos afazeres, pode encontrar isso com facilidade por aí, o Boombox este ano traz um pequeno guia com aquelas músicas que você NÃO deve ouvir quando estiver conferindo o que deixou passar no ano que passou.

1- 'One Thing' - One Direction: Por mais que sejam so last decade, boy bands ainda são um produto eficiente e o One Direction é prova disso. Este single dos ex- participantes do X Factor prova que o público-alvo desse formato não é lá muito exigente: uma daquelas músicas feitas para consumo imediato, ‘One Thing’  tem letra boba e produção capenga a ponto de transformar o instrumental num grande ruído de sintetizadores pasteurizado. É daquelas músicas que ninguém vai lembrar daqui a seis meses.


2- 'Boyfriend' - Justin Bieber: O primeiro single do segundo disco de Justin Bieber retrata com fidelidade as transformações que a idade trouxe para Justin e mostra o cantor visivelmente embananado e sem saber que postura adotar em seu novo trabalho. Como consequência, o cantor-mirin passa toda a faixa saltando de uma tonalidade à outra e tentando assumir uma postura de galã que sinceramente não convence.

 3- 'Scream & Shout' – Will.i.am Feat. Britney Spears: Mesmo sendo a mente criativa por trás do sucesso do Black Eyed Peas, a carreira solo de Will.i.am nunca deslanchou. Talvez ciente de que o que lhe faltava era uma figura feminina com apelo para ampliar a abrangência de seu som (como acontece com Fergie no BEP), Will conta, nesta faixa tão repetitiva quanto todas as outras que já lançou, com a participação de Britney Spears. Na prática, a contribuição da princesinha do pop à faixa é tão inócua quanto poderia se esperar de uma artista marcada pela falta de envolvimento nos próprios trabalhos, se resumindo a uns poucos versos grosseiramente autotunados e um sample requentado.

4 - Qualquer coisa com Nicki Minaj: Quando surgiu, Nicki Minaji era um sopro de irreverência ao rap, trazendo ao estilo elementos de outros formatos. Dois anos depois, porém, a simples menção a seu nome faz qualquer um antenado à cena pop revirar os olhos de tédio: Apenas em 2012 ela esteve em mais de 10 colaborações com outros artistas - muitas delas de gosto bastante duvidoso, como 'Beauty And A Beat' e 'I Don't Give A' - , além dos cerca de 7 singles solo.

5- 'Hair & Soul' - Wanessa: Já comentamos aqui em um dos primeiros posts deste blog que Wanessa tem os atributos necessários para competir em nível de igualdade com artistas de nivel internacional. Porém, ‘Hair & Soul’ mostra que falta à cantora aquele que talvez seja o elemento mais importante para esta transição: uma boa produção. Com refrão apagado e produção mais do mesmo que ainda assim parece não sintonizar com o que rola nos charts mundiais, a faixa não empolga e  parece ter mais potencial para filler do que para single.