sexta-feira, 26 de outubro de 2012

Skyfall - Adele


Em 2010, Adele foi responsável por uma das maiores comoções musicais dos anos 2000 com o disco 21, vendendo mais de 20 milhões de cópias em menos de dois anos e arrastando pelo caminho diversos Grammys e a aclamação da crítica especializada. Naturalmente, as expectativas para um novo trabalho da cantora seriam altas não apenas no que tange a seu aspecto comercial, mas também pela qualidade que se tornou característica em seus trabalhos anteriores.
Pois que em ‘Skyfall’, faixa da cantora para o novo filme do agente James Bond, Adele é traída pela expectativas criadas por ela própria. Não, na se assuste: Dizer que a música é ruim seria um exagero completo.
A produção, a cargo da própria Adele e de Paul Epworth, trabalha para dar à faixa um ar de grandiosidade e é enriquecida com a presença de uma orquestra, enquanto Adele assume uma tonalidade de voz altiva e sensual em sua voz à altura do instrumental. O refrão melódico, por sua vez, e o trabalho de acompanhamento vocal contribuem ainda para transformar ‘Skyfall’ não apenas em um hit instantâneo, mas em uma faixa que vislumbra a atemporalidade pelo conjunto da obra.
Se por um lado isso é mais do que satisfatório e também muito mais do que se pode esperar da maioria dos singles que chegam ao mercado todas as semanas, a insistência dos produtores em transformar a canção em algo épico é sintomático da falta de confiança dos mesmos em sua melodia. E de fato, apesar de seus méritos – que são muitos – falta à Skyfall aquela característica intrínseca da própria melodia que eu mencionara neste outro post e que tornava sua música boa por mérito próprio e não graças a um trabalho de produção excessivamente racionalizado. Trocando em miúdos, despindo-se toda a produção refinada, sobra uma faixa que nada tem de excepcional e, não fosse um single de Adele, dificilmente ganharia grande destaque sob outro formato qualquer.
Mas não me leve a mal. ‘Skyfall’ é uma prova de que Adele ainda pode fazer músicas épicas. Só lhe falta a espontaneidade de outros trabalhos da cantora.

quinta-feira, 4 de outubro de 2012

Your Body - Christina Aguilera

Depois de ganhar milhões de quilos e afundar completamente com seu último projeto de estúdio, Christina Aguilera está obstinada a reaver seu lugar na cena pop e sua arma é o single  ‘Your Body’.
Com um título que propositalmente ou não faz referência às novas medidas de Aguilera, ‘Love Your Body’ é basicamente um eletropop que cria verdadeiras paredes de sintetizadores, emboraincorpore elementos de R&B que caem como uma luva para a voz de Christina.
A cantora, aliás, joga num campo que não lhe é novo (trabalhos anteriores da cantora, como o mais recente Bionic se apóiam ricamente no eletropop) e soa confortável o bastante para investir em seus já conhecidos gritos excessivos, embora aqui consiga incorporá-los à canção de forma satisfatória sem se tornar um martírio para o ouvinte.
Porém, embora seja uma canção ok em todos os aspectos e que soa perfeitamente condizente com o mercado atual, ‘Love Your Body’ parece sofrer do mesmo problema de sua antecessora ‘I’m Not Myself Tonight’ e simplesmente não empolga. Sem um refrão fulminante o suficiente para conquistar o ouvinte, a afixa até pode ganhar a simpatia do público por suas outras qualidades – que são várias, deve-se ressaltar. Mas num mundo imediatista como o pop, isso é tão provável quanto Christina voltar a ter o corpo esguio de cinco anos atrás.