quarta-feira, 31 de agosto de 2011

Sticky Dough - Wanessa


Nos últimos dois anos, Wanessa se esforçou bastante para se livrar do estigma de cantora brega que a perseguia. Para isso, trabalhou com produtores interessantes e criou uma estratégia de marketing esperta. Desta forma, o mais novo disco DNA já chega às lojas com quatro singles conhecidos pelo público.
A faixa escolhida para apresentar o novo disco é Styicky Dough, que, se não é a melhor do disco, é seguramente uma escolha acertada. A faixa é um eletrodance que incorpora elementos do funk para dar à faixa algum ar de nacionalismo. Pelo caminho, encontramos a partipação absolutamente descartável da DJ bambam e os vocais de Wanessa processados ao limite em alguns momentos.
O resultado é um single que embora não prime pela qualidade (a evolução das notas e uso dos elementos do funk carioca deixam um pouco a desejar), cumpre sua missão. Sticky dough seguramente apresenta falhas, mas mostra amadurecimento por parte de Wanessa como recording artist e também como businesswoman e permite que ela almeje uma tímida carreira internacional. Obviamente ainda lhe falta muito (inclusive recursos) para que possa concorrer com nomes de peso, mas este parece o caminho certo.

domingo, 28 de agosto de 2011

What The Water Gave Me - Florence + The Machine


A banda britânica Florence + The Machine lançou esta semana o novo single ‘What The Water Gave Me’. A canção puxa o novo disco do grupo indie, que será lançado no fim do ano.
As harmonias vocais de Florence estão de volta, desta vez acompanhadas por um coro, que ao invés de esconder possíveis falhas, é apenas um sinal do preciosismo da produção de Paul Epworth. O single também demonstra um afastamento do indie que consagrou a banda em favorecimento de um som mais folk, o que pode ser um indicativo dos rumos do próximo disco.
Alternando entre suicídio e declarações de amor incondicional, a letra - que cita Virginia Wolf e faz referência clara a Frida Khalo em seu título – é um dos pontos altos da canção. Outro ponto que merece destaque é a falta de preocupação da banda com o radiofonismo, afinal de contas, esta não é exatamente a gravação que se espera depois de algo como ‘Dog Days Are Over’, mas isto são outros quinhentos...

quarta-feira, 24 de agosto de 2011

Who's Laughiing Now - Jessie J


Who’s Laughing Now é o quarto single de trabalho de Jessie J para o disco ‘Who You Are’. A canção tem as mesmas características dos outros singles de Jessie: melodia agradável, refrão fácil e vocais (exageradamente) fortes.
A faixa, que trata-se de um pop que flerta aqui e ali com elementos do hip hop, traz Jessie abusando mais do que deveria de seus vocais e usando recursos já explorados à exasutão  no mainstream. Porém, a grande questão em ‘Who’s Laughing Now’ é a letra, que pega carona no bullying, assunto em alta no momento, apenas para se revelar um puro exercício de autocontemplação e narcisismo.
Seguramente uma boa escolha como single, ‘Who’s Laughing Now’ aponta que, embora seja capaz de produzir material condizente com o mercado e se misturar ao emaranhado pop, Jessie J obviamente ainda encontra problemas em estampar sua própria identidade em seu som. E se esta identidade não for tão fútil quanto a que deixa transparecer na canção, um tanto melhor

sexta-feira, 19 de agosto de 2011

Britney Spears e Sua Legião de Big Monsters

Há algum tempo falei Aqui no blog sobre como alguns artistas, mesmo sem algum talento especificamente musical, conseguem atrair a atenção do público. Não por acaso, a imagem que ilustrava aquele post era a de Britney Spears.
 A paixão que a cantora de 29 anos gera em seus fãs é algo que sempre me intrigou. Com sua combinação de aparições sem calcinha, apliques mal colocados e formas não tão sensuais, Spears é capaz que mover uma legião de fãs mesmo sem jamais ter cantando ao vivo durante um show inteiro. E é aí que reside a característica mais contundente da carreira de Britney Spears: A capacidade que ela tem de criar uma legião de fãs apaixonados e - por que não dizer? - Insuportáveis.
Por suas óbvias limitações, é correto dizer que Britney é provavelmente a artista mais criticada de todos os tempos. Embora seus singles (que ela não escreve e não produz) insistam em atingir o topo das paradas, seus vocais ultra processados e suas performances não convencem há muito tempo.
Porém, para a legião de brit-fans alienados, se você não é capaz de reconhecer a superioridade de Miss Spears e admitir que ela é perfeita, você só pode ser um hater (termo mais usado por eles do que por qualquer outro grupo de fãs). Assim, vivendo num mundo cor de rosa que mais parece saído do clipe de ‘Do Something’, eles acusam críticos renomados de serem tendenciosos sem perceber que eles próprios o são – um bom exemplo é o da jornalista brasileira Fernanda Godoy, que depois de criticar um dos shows da turnê Femme Fatale se viu obrigada a mastigar para os fãs que lotaram sua caixa de entrada com e-mails agressivos que sua intenção não era irritar os fãs, e sim fazer seu trabalho, algo digno das pre-adolescentes fãs de Justin Bieber.
Assim, num movimento parecido com aquele causado pelo presidente Bush, que através de suas atitudes fortalecia o ostracismo aos Estados Unidos, os Brit-fãs acabam oferecendo um desserviço a Britney, sem se dar conta de que tudo o que fazem é atrair antipatia para sua rainha, e servirem eles próprios de chacota para o resto do mundo.

quinta-feira, 18 de agosto de 2011

Somehow - Joss Stone


Embora agora seja dona da própria gravadora, isso não é necessariamente um ponto positivo para carreira de Joss Stone, que agora volta com o single ‘Somehow’. Ao longo dos anos, buscando o controle de sua própria carreira, Joss acabou perdendo espaço no mercado. Seu álbum anterior, ‘Colour me Free’, foi completamente ignorado pelo público e pelas rádios, de modo geral.
A produção da faixa é consciente de que a voz de Joss ocupa espaço na gravação e por isso não carrega na instrumentação, que é basicamente construída sobre uma linha de baixo e um arranjo bastante orgânico de bateria. E mesmo embora a letra aponte claramente que o público alvo da cantora é bem mais maduro do que aquele que faz Trending Topic no Twitter para defender Britney Spears, falta à faixa o caráter radiofônico de singles como ‘SuperDuper Love’ ou ‘Spoiled’.
Joss criou sua própria gravadora para se livrar das amarras do mercado e o resultado é um som se não é original, tampouco representa algum tipo de avanço para sua sonoridade. Ela deveria pensar que embora o mercado possa limitá-la musicalmente, ela precisa dele se pretende continuar vivendo de música por muitos anos.

quarta-feira, 17 de agosto de 2011

What You Want - Evanescence

Depois de um hiato de cinco anos e problemas de todo tipo, o Evanescence volta com nova formação e nova música de Trabalho. ‘What You Want’ puxa o próximo disco da banda e mostra que o Evanescence está longe da boa forma que o fez dominar os charts de todo o planeta no começo da década.
A canção começa com marcação de bateria típica dos anos 80 para depois se jogar nos ótimosarranjos de guitarras. Os arranjos de cordas ainda são enriquecidos com a inserção de violinos.Os vocais de Amy Lee também surgem altos (e irritantes) como sempre.
Embora não seja uma canção ruim, ‘What You Want’ obviamente não tem o gás necessário para atrair a atenção do grande público, e isto se deve, em parte, à própria imagem do grupo, que desgastou ao longo dos anos.

terça-feira, 16 de agosto de 2011

Cry Baby - Cee Lo Green

Há algum tempo falei aqui sobre a excelente ‘Fuck You’, de Cee Lo Green. Pois agora o cantor volta com mais uma faixa, a boa ‘Cry Baby’. Ainda construída com a intenção de emular a sonoridade dos anos 60 e 70, como boa parte do disco, a canção não é tão bem sucedida quanto o primeiro single na tarefa de dar a esta sonoridade um corpo atraente para as rádios.
A letra da canção apresenta a descontração que  é marca registrada de Cee Lo e seus vocais aqui aparecem em um tom mais controlado do que de costume.
Assim, embora seja essencialmente uma boa canção com arranjo bem executado ‘Cry Baby’ mais parece uma canção saída diretamente de um disco da Motown em sua época de ouro do que um single atual.

domingo, 14 de agosto de 2011

An Honest Mistake - The Bravery


Antes de qualquer coisa, muita coisa acontece em ‘An Honest Mistake’, o primeiro (e em minha opinião, o melhor) single da banda norte-americana The Bravery. A faixa é uma daquelas canções deliciosamente híbridas: Um rock oitentista flertando com o dance e com o ar sombrio do punk.
Tudo aparece em excesso: Diversas linhas de guitarra e arranjos de baterias sintetizadas e reais se complementam para dar o ponto certo a esta densa malha sonora. Aqui, sintetizadores e linhas de guitarra se costuram em acordes psicodélicos e estridentes para criar um som hibrido o bastante para dar conta de tanta informação.
Ironicamente, todo este excesso de informação trabalha para o “bem” da canção: O arranjo bem executado por Sam Endicott e a excelente mixagem dão à canção um tom reverberado que ao invés de borrar a distinção entre os muitos instrumentos da gravação, parece apenas ajudar a defini-los de forma mas clara, tornando ‘An Honest Mistake’  uma experiência sonora (curta) e tão agradável quanto todo o primeiro disco da banda.