sábado, 23 de abril de 2011

'Stuck On Repeat' - Wanessa


No primeiro post do blog, comentava que o trabalho Wanessa era tão digno quanto  o de qualquer outra artista pop.  Agora, decidida a se consolidar no segmento pop, ela se muniu até os dentes com produtores competentes e de renome no cenário dance para o novo trabalho e o resultado final não deixa a dever para nenhuma artista internacional. Trabalhando com elementos e recursos presentes no mercado com certa fluidez, Wanessa cria uma canção que brigaria facilmente pelas primeiras posições se o sobrenome Camargo não estivesse entranhado em sua persona artística.
‘Stuck On Repeat’ possui uma sonoridade mais voltada para noite não apenas por ser esta uma tendência atual, mas por este ser também um dos maiores focos da cantora no momento (ela segue pelo Brasil por uma turnê para casas noturnas). Por isso, a faixa tem o característico excesso de instrumentação e os vocais processados típicos deste tipo de produção.
O trabalho do novo single, porém, antes de estabelecer Wanessa como um nome do dance pop, é garantir a ela acesso definitivo às rádios pop para que ela só então possa mostrar que, ao contrário de Sandy, consegue ganhar dinheiro cantando em inglês.

terça-feira, 19 de abril de 2011

Nostalgia x Perfeição


Este sábado estive pela primeira vez no confortável Citybank Hall para assistir ao show do Roxette, que passa pelo Brasil com a Charm School Tour.
Pontual, a dupla se vale de uma lista extensa de hits espalhados por toda a apresentação, emcionando a platéia(que canta junto em coros vigorosos) com hits como ‘Spending My Time’ e ‘It Must Have Been Love’. Porém, se do ponto de vista emocional o show é sensacional (faz quase 20 anos que o Roxette emplacou seu último hit), o mesmo não pode ser dito no que diz respeito ao aspecto técnico do show.
Faz mais de 20 anos que o Roxette não consegue um hit mundial, e seu último trabalho de estúdio, que dá nome à turnê, mostra que o duo ainda está preso à sonoridade (agora datada) dos anos 90. Esta falta de sincronia também está presente no show: Talvez ciente de que seu carro-chefe são as canções antigas, a dupla apresenta quase todas com arranjos intactos e ultrapassados.
Se por um lado todos os momentos em que Fer assume os vocais principais o show parece subir um nível (o cantor é carismático, animado e toca na grande maioria das músicas), a maioria dos sucessos da dupla tem vocais de Marie, e assistí-la se apresentando é quase como um balde de água fria. Ela raramente consegue atingir as notas altíssimas de antigamente e (talvez por isso mesmo) sua voz parece soterrada atrás da excêntrica banda de apoio. Além disso, a performance de Marie é significativamente afetada pela falta de carisma. Por mais que as seqüelas de um câncer no cérebro a impeçam de realizar movimentos bruscos, Marie mal se incomoda em cobrir todo o palco ou interagir com a platéia com alguma freqüência.
Mesmo com todos os problemas, a Charm School Tour consegue emocionar por propor, acima de tudo, uma viagem ao passado e uma celebração da nostalgia.

quinta-feira, 14 de abril de 2011

'Boston' - Augustana

Estes dias uma aluna querida veio com um pedido insusitado: ouvir uma música em um perfil do Orkut e dizer para ela o nome e artista para que ela própria pudesse baixá-la. Ao ouvir a canção, qual não foi a minha surpresa ao descobrir que a música era, na verdade, bastante agradavel, e não mais um hip hop da vida.
Com elementos que aproximam seu trabalho de bandas como o Keane.
Não se trata de nada incrivelmente original, mas quem disse que precisa ser novo para ser bonito? Muito pelo contrário, 'Augustana' (esse é o nome da música) é uma baladinha criminosamente tocante que  mostra que é possivel fazer som de qualidade sem grandes tentativas de reinventar a roda a cada novo trabalho. A faixa começa com um riff de piano adorável antes de se entregar a um refrão adocicado algumas oitavas mais alto do que o resto da música. Quando ouvi pela primeira vez, pensei: "Esta música seria adorável só com piano", mas, assim como dizem as convenções, logo entra a banda, primeiro mais tímida, depois com guitarras mais pronunciadas. Tudo dentro do esperado. E tudo deliciosamente agradavel.

quinta-feira, 7 de abril de 2011

What was over there, is over here...


Você certamente já leu, viu  ouviu sobre o chocante ocorrido desta quinta-feira em todo lugar. O objetivo do post não é falar da tragédia em Realengo, mas simplesmente compartilhar uma velha canção de George Michael que se aplica com perfeição assustadora a esta situação.
Escrita pelo próprio George há mais de 20 anos, ‘Praying For Time' retrata de forma bem incisiva o momento que todos nós vivemos. A sensação de que este tipo de violência , antes tão distante, está tão próximo e que é quase palpável. “Your television takes a stand/ And you find that what was over there is over here”, nas palavras de Michael. Há também aqueles que ficam com uma sensação de abandono, afinal de contas, se há uma força superior que olha por todos nós, porque deixar este tipo de coisa acontecer? Será que Ele desistiu de nós?
Cause God's stopped keeping score
I guess somewhere along the way
He must have let us all out to play
Turned his back and all God's children
Crept out the back door
Será o fim do mundo? Será que não há mais tempo? Como se não bastasse tudo isso, o choque e o medo ainda se misturam ao inevitável repudio ao causador de tal atrocidade e, mais uma vez, este conflito está presente na música:
It's hard to love, there's so much to hate
Hanging on to hope
When there is no hope to speak of
And the wounded skies above say it's much, much too late
Well maybe we should all be praying for time
Há alguns anos, Carrie Underwood fez uma excelente versão da canção, com seus costumeiros vocais, mas as melhores performances da canção são mesmo as de Michael, e é com um arranjo simplista e tocante que encerro este post.

domingo, 3 de abril de 2011

The House That Built Me - Meu Boombox Sugere

Escrever três vezes por semana sobre música é bastante difícil, por isso eu recebo diversas sugestões de vários amigos e um deles, o Marlon, que também é super leitor aqui do blog, sugeriu uma nova categoria para sugerir e analisar músicas fora do mainstream. Por isso, o primeiro texto desta nova tag é dele!


É muito legal quando você se depara com um artista e, imediatamente, começa a apreciar seu trabalho. E foi exatamente o  que aconteceu comigo quando escutei a premiada The House That Built Me.  A música me pegou de jeito e tive que me render ao talento dessa bela cantora.  
A canção tem exatamente tudo que o verdadeiro country pede: uma letra melancólica, acordes bem marcados de violão, vocais característicos e uma melodia que, no mínimo, faz sentir saudades de alguma coisa que você não sabe exatamente o que é. Além de tudo isso, The House That Built Me ainda consegue ser extremamente radiofônica.
Obviamente, nem todas as canções vindas do country apelam para o emocional e conseguem chamar atenção como essa conseguiu, mas Miranda Lambert faz isso de forma impecável com essa música que, apesar de simples num todo,  é completa. Entretanto, mesmo admirando o feito de Miranda nesse trabalho e achando que seu sucesso deve-se exclusivamente à sua interpretação, não posso deixar de dar os parabéns aos dois compositores responsáveis por essa ótima canção: Tom Douglas e Allen Shamblin. Agora, pretendo conferir seus dois álbuns anteriores para confirmar aquilo de que já tenho quase certeza: que ela merece, sim, o destaque que teve com o bem sucedido Revolution. Para quem quer conhecer melhor o verdadeiro e cheio de qualidade country norte-americano, THE HOUSE THAT BUILT ME é um bom começo. Está recomendada!
Outras músicas do álbum Revolution que valem à pena são o carro-chefe do cd “White Liar” e a divertida “Only Prettier”. Não deixe de conferir!