sábado, 31 de dezembro de 2011

Top 5: 2011

 
Dezembro é época daquelas longas e pretensiosa listas com as “melhores” músicas do ano. Em seu segundo final de ano, o Meu Boombox mais uma vez não vai trazer estas compilações e o motivo é simples: Fazer uma lista com as melhores músicas do ano implica em ouvir todas as produções lançadas ao longo do ano em questão - algo no mínimo improvável. Dito isso, quis criar um top 5 com músicas que funcionam bem em seu aspecto estrutural ao mesmo tempo que fogem do lugar-comum. São faixas que eu facilmente indicaria a alguém que passou os últimos 365 dias em uma bolha. Vamos a elas:

1- Someone like you – Descoberta pelo grande público em seu segundo disco, Adele mostra com esta canção que é preciso pouco para fazer uma grande canção. Sem o artifício das músicas feitas em laboratório de Rihanna e cia., Adele encanta pela incrível voz e interpretação e mostra que é perfeitamente possível fazer um single de sucesso com voz e piano em tempos de dubstep.

2- Born To Die – Em seu segundo grande single, Lana Del Rey se mostra hábil em manipular sua voz pequena para conseguir grandes interpretações. Marcada especialmente pelo preciosismo de seu arranjo e pela necessidade de construir uma sonoridade diferenciada sem que esta soe estranha, ‘Born To Die’ é definitivamente uma das grandes faixas deste ano.

3 -You and I – Que Lady Gaga era capaz de criar canções boas todo mundo já sabia. O que ninguém esperava é que ela pudesse criar canções que funcionassem sem toda a esquisitice que construiu em torno de si. Feita sobre uma base aparentemente simples,  ‘You And I’ lança mão, aos poucos, de elementos provindos de diferentes estilos para se manter em constante movimento, flertando com elementos do metal e do country. Porém, seu maior feito é provar que Lady Gaga pode existir sem roupas mirabolantes ou megaproduções.

4- Paradise - Depois do samba do crioulo doido que é ‘Every Teardrop Is a Waterfall’ é o retorno do Coldplay à boa forma. São tantas coisas boas que é difícil listar. A banda consegue, com este single, aliar ao bom trabalho vocal de Chris Martin e à destreza com que o arranjo é construído, um refrão eficiente e pronto para as rádios. Quer mais o que?

5 - What The Water Gave – Se este novo trabalho não tem o gás dos melhores singles do disco de estréia do Florence + The Machine, sem dúvida alguma mantém o alto nível de produção, repleta de elementos acústicos que só fazem destacar ainda mais a excelente letra. Vale a pena conferir.

Bom, é isso. O inexplicavel aumento de acessos do blog o tornou mais ativo nos últimos meses e algumas novidades estão sendo providenciadas para o próximo ano. Muito obrigado a todos que gastaram alguns minutos de seu tempo lendo as postagens e um ótimo 2012!

quinta-feira, 29 de dezembro de 2011

Adele E Sua Dominação Global

 

Muito falou-se de como o ano de 2011 seria interessante para o cenário pop. Afinal de contas, grandes nomes travariam um grande embate: Lady Gaga, Britney Spears e Beyoncé brigariam pelo topo das paradas com seus novos discos. A divulgação esta semana dos End of year charts da Billboard revelam, porém, o que os mais atentos já haviam se dado conta: enquanto fãs xiitas dividiam-se entre uma inútil briga entre Gaga e Britney, a grande estrela do ano foi, indubitavelmente, Adele.
Sem um corpo atraente ou som turbinado por produtores da moda como as concorrentes, Adele dominou completamente os charts globais ao longo do ano. Seu disco ‘21’ chega ao fim do ano com mais de 13 milhões de cópias vendidas sem jamais sair do top 4 dos discos mais vendidos. De quebra, ela ainda encerra o ano com seis indicações ao Grammy contra 3 de Gaga e, bom, nenhuma de Britney Spears.
O segredo para o sucesso de Adele não é tão difícil. Enquanto Britney, Gaga e Beyoncé apostavam – pela enésima vez – no toque de Midas de produtores como Bloodshy e RedOne, Adele apostou em melodias  de fato contagiantes e que, por isso, eram comerciais em sua própria essência, e não tornadas comerciais pelo oportunismo do dubstep ou qualquer outra tendência do eletropop.
Outro fator decisivo – e talvez o mais importante – para a dominação de Adele é o público. Restringidas pelo formato a um segmento específico de público, Beyoncé e suas companheiras têm o alcance de seu material limitado, enquanto Adele, desprovida das marcações que configuram uma diva pop, consegue alcançar o grande público de forma mais abrangente exatamente pelo caráter universal de seu som e de sua imagem, e não há nada mais pop do que isso.