sexta-feira, 11 de maio de 2012

Call My Name - Cheryl Cole


Quando uma nova sonoridade entra em voga, ela é usada à exaustão por artistas oportunistas que buscam um hit a todo custo. Por isso, não se espante ao ouvir ‘Call My Name’ de Cheryl Cole. A música parece com todos os hits dançantes que você ouviu nos últimos anos, de ‘Till The World End’ a ‘We Found Love’.
Com tantas referências – e, acima de tudo, com tanta gente para errar antes –  era de se esperar que Cheryl e o produtor Calvin Harris, que,  veja só,  também assina a produção de ‘We Found Love’,  acertassem na medida com um single absolutamente radiofônico. Acordes de sintetizador graves e secos dão profundidade e textura à canção enquanto o refrão dançante e pop representa uma quebra, com seus acordes que remetem ao eurodance sem deixar de lado uma espessa linha de baixo.
Com tantos elementos, acaba sobrando pouco espaço para a voz de Cheryl – o que não é necessariamente uma coisa ruim. Mesmo adequadamente afinada, Cheryl costuma apresentar performances vazias de expressão ou personalidade e não é diferente nesta gravação, mas esta característica joga a seu favor no caso de ‘Call My Name’. Com os graves ocupando boa parte da produção, a voz de Cheryl acaba relegada a segundo plano, especialmente por ser cantada num tom mais baixo do que o recomendável para uma gravação dance upbeat. Além disso, o efeito duplicado que acompanha a intérprete por toda a faixa acaba soando irritante exatamente por ser usado à exaustão, além de não deixar de ser curioso que Cheryl, que foi revelada junto como grupo Girls Aloud, ainda insista em utilizar muito acompanhamento vocal quando deveria estar trabalhando em construir uma voz própria.
De qualquer forma, Cheryl mostra com este novo single que consegue fazer singles dignos de atenção global, mesmo que isto signifique apostar em artifícios batidos e produtores da moda. Mas isto só demonstra sua adequação ao formato afinal, é disso que vive o pop.

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