Quando uma nova sonoridade entra
em voga, ela é usada à exaustão por artistas oportunistas que buscam um hit a
todo custo. Por isso, não se espante ao ouvir ‘Call My Name’ de Cheryl Cole. A
música parece com todos os hits dançantes que você ouviu nos últimos anos, de
‘Till The World End’ a ‘We Found Love’.
Com tantas referências – e, acima
de tudo, com tanta gente para errar antes – era de se esperar que Cheryl e o produtor Calvin
Harris, que, veja só, também assina a produção de ‘We Found Love’, acertassem na medida com um single
absolutamente radiofônico. Acordes de sintetizador graves e secos dão
profundidade e textura à canção enquanto o refrão dançante e pop representa uma
quebra, com seus acordes que remetem ao eurodance sem deixar de lado uma espessa
linha de baixo.
Com tantos elementos, acaba
sobrando pouco espaço para a voz de Cheryl – o que não é necessariamente uma
coisa ruim. Mesmo adequadamente afinada, Cheryl costuma apresentar performances
vazias de expressão ou personalidade e não é diferente nesta gravação, mas esta
característica joga a seu favor no caso de ‘Call My Name’. Com os graves
ocupando boa parte da produção, a voz de Cheryl acaba relegada a segundo plano,
especialmente por ser cantada num tom mais baixo do que o recomendável para uma
gravação dance upbeat. Além disso, o efeito duplicado que acompanha a
intérprete por toda a faixa acaba soando irritante exatamente por ser usado à
exaustão, além de não deixar de ser curioso que Cheryl, que foi revelada junto
como grupo Girls Aloud, ainda insista em utilizar muito acompanhamento vocal
quando deveria estar trabalhando em construir uma voz própria.
De qualquer forma, Cheryl mostra
com este novo single que consegue fazer singles dignos de atenção global, mesmo
que isto signifique apostar em artifícios batidos e produtores da moda. Mas isto só demonstra sua adequação ao formato
afinal, é disso que vive o pop.
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