domingo, 18 de julho de 2010

Não, não, não me levem a mal



Nesses ultimos dias, em meio às influências do Evandro, aos Beatles e ao rock dos anos 80, acabei ouvindo Wanessa. Pois é. A ex-Camargo. Não porque seja muito bom, mas tampouco porque seja muito ruim, apenas para entender porque falam mal dela. Quando esse projeto voltado para as rádios pop foi anunciado, os consumidores de pop internacional caíram de pau em cima dela porque era brega, porque era ruim, porque era datado.
Visualizar no trabalho de Wanessa tentativas de ir de encontro ao que há de mais comercial na cena pop não é nada difícil: a escolha de uma faixa eletro-pop com feat. de um rapper negão para lead single, as letras em inglês e o look hiper-sexualizado não são escolhas inocentes. É claro que o eco do sobrenome Camargo ainda reverbera por mais que ela o renegue e seus esforços ainda não resultaram em um primeiro lugar nas rádios pop (e provavelmente nunca resultarão), mas ela conseguiu causar abalos consideráveis e o resultado disso é uma turnê para boates(gays, claro) e uma nova faixa liberada exclusivamente via download (afinal, tem coisa mais pop do que lançar single digital?), Falling For U, que poderia ser um single de sucesso na cena eletro-dance européia uns 3 anos atrás.
Se a música é boa? Óbvio que não, mas a minha pergunta é: porque os adoradores de aguilerismos, shakirismos e britnismos falam mal disso? Afinal de contas, está tudo lá: programações de sintetizadores, voz alterada digitalmente, refrões grudentos e, claro, produção assinada por um DJ qualquer. Qual a grande diferença entre Wanessa e Kesha? O que valida o trabalho de Britney como arte que não valida o de Wanessa?
No fim das contas, dizer que Wanessa é ruim é chover no molhado. O som dela não é nada bom. Mas é pop, e para ser pop, nunca precisou ser bom mesmo.

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