‘Somebody That I Used To Know’,
do australiano Gotye, é provavelmente um dos chart-toppers mais inusitados dos
últimos tempos. Afinal de contas, quem esperaria que uma faixa indie-rock pegasse
o topo das paradas?
Composta e produzida pelo próprio
cantor, a canção tem letra organizada sob uma métrica pouco convencional e
acomodada sobre uma melodia estruturada a partir de piano e guitarras, com
eventual incursão de outros elementos. Com boa parte de seus versos num tom baixo,
a faixa é sempre mais interessante nos momentos em que exibe instrumentação
mais suave, embora mesmo em outros momentos a canção seja sempre salpicada por
instrumentos que floreiam a produção, como o xilofone, por exemplo.
Por outro lado, o refrão
evidencia um vocalista se esgoelando para cantar numa tonalidade que não lhe
favorece , enquanto a voz de Kimbra soa tão adequada à faixa que é impossível
não se perguntar porque o refrão não ficou por conta dela, algo que certamente
daria um toque extra à canção.
Outro elemento importante é a letra, que certamente tem
papel importante na popularidade da faixa por tratar de um tema absolutamente
universal, que é aquele momento pós-término em que você se dá conta de não
conhecer a pessoa que esteve ao seu lado.
Mas o grande trunfo de ‘Somebody’
é mesmo o fato de representar um alívio
musical: num mercado saturado por singles compostos por Max Martin e
participações especiais de Pitbull e Nicki Minaj, ouvir algo que fuja à hype do
momento é simplesmente um grande alivio, e é exatamente isso que Gotye
proporciona aos ouvidos saturados.
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