quarta-feira, 20 de outubro de 2010

Fogos de artifício vocais

Acabo de assistir a esta singela apresentação de  Kate Perry, e, bom, bem se Kate ganhasse um tostão por casa vez que erra uma nota, nem precisaria vender CDs (o falsete em 1:40 é particularmente constrangedor).
O mais triste é que o caso de Kate não é um caso isolado no mundo da música. Com a industria despejando no mercado artistas pré-produzidos a toque de caixa (não que este seja o caso de Kate), a quantidade de pessoas com muito sex appeal e nenhuma afinação anda bastante alta na cena musical. Esta situação me leva a pensar em qual é, de fato, a importância de uma boa voz no perfil de um cantor profissional.
Por mais complexo que seja dizer isto, acho que a voz não é o ÚNICO (embora esteja no top 5) atributo de um bom cantor, e por mais paradoxal que seja dizer que um cantor não tem necessariamente que cantar bem, já justifico minha posição: ele não precisa necessariamente cantar bem se tiver outras habilidades que contribuam e enriqueçam para seu trabalho musical (logo, dançar, ser sensual  e tomar Starbucks não contam). Exemplos disto estão na história da música aos montes: Bob Dylan canta tão bem quanto eu e os próprios Beatles não eram nenhum exemplo de potência vocal. No Entanto, a contribuição deste nomes para a música é imensurável.
Por outro lado, cantoras com potência vocal absurda como Celine Dion, Mariah Carey e Whitney Houston conseguiram estender suas carreiras por mais de uma década sem de fato criar algo que trouxesse alguma mudança. Ao executar verdadeiros solos de guitarra vocais, elas trazem o foco de seu trabalho para a voz, ignorando o fato de que a voz é apenas mais um dos instrumentos da música (e como qualquer um deles, também é dispensável de vez em quando).
Ironicamente, este é o mesmo fato que permite que os Beatles, Bob Dylan e Kate Perry vendam sua música.

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