sexta-feira, 27 de agosto de 2010

Sabores e aromas da infância


Algumas músicas são especiais. Acima do lirismo de suas letras e ou da complexidade de seus arranjos e melodias, estas canções se tornam especiais porque representam memórias importantes.
Certamente, todos se lembram de algumas músicas que embalaram momentos especiais, mas neste post quero falar mais especificamente de algumas faixas que representam não momentos, mas etapas da minha vida. Canções que trazem aquelas memórias sensoriais – talvez as mais fortes de todas e que até mesmo evito ouvir com medo perder estas sensações.
Sacrifice – esta balada singela construída com teclados oitentistas traz uma abordagem suave para o psicodelismo dos anos oitenta. Está tudo lá: as linhas de sintetizador, alinhadas com a voz melódica de Elton John. Ao lado de Careless Whispers, do George Michael, forma a dupla de músicas da minha infância.
Careless Whispers - Um ultra hit do George Michael de 84, Careless Whispers tocou à exaustão no Brasil, e talvez este seja o motivo de eu conhecê-la da minha infância. Me lembro que eu “cantava” o extenso riff de saxofone que permeia toda a música. Aqui, a letra não é tão inspirada e a melodia é simples e cheia de artimanhas pop, mas o que importa, ainda assim, são as lembranças.
No próximo (ou num dos próximos) continuo falando das músicas da minha adolescência.

sábado, 21 de agosto de 2010

Um restart na indústria nacional

Muitos (eu incluso)torcem o nariz para as novas bandas que tem surgido e tomado uma boa fatia do publico nacional, como Hóry, Cine e Restart. Novo fenômeno nacional, estas bandas com visual colorido e excêntrico e com som melódico estão em toda parte
Porém, a restartmania aponta sinais bastante positivos. Além de aquecer as vendas no mercado , pela primeira vez em anos o Brasil consegue produzir um fenômeno adolescente orgulhosamente (ou não) nacional. Se ao longo da última década vimos nomes como RBD, Jonas Brothers, e Backstreet Boys ganhar milhões às custas das adolescentes histéricas brasileiras, desta vez o produto é nosso. Com isso, o mercado só tem a ganhar: mais investimento na produção dos discos nacionais (que, quando o assunto é mainstream, é risível de forma geral), mais investimento em imagem, videoclipes.
Se você não curte o som deles e os acha "enjoadinhos", deixe a galera ganhar um dinheiro para comprar roupas melhores e pense na evolução que eles representam para o nosso mercado.

quinta-feira, 19 de agosto de 2010

Covers



Outro dia, numa conversa com o master Evandro, me atentei para o que é um cover. Afinal, qual á lógica em recriar uma canção simplesmente adicionando novos vocais (que na maioria das vezes, nem são tão diferentes assim)? A função real do cover é abordar uma canção a partir de outro ponto de vista e um novo formato, por isso, escolhi algumas canções que, além de serem bastante distintas de suas originais, são ótimas:
“Ray of Light” – Lançada originalmente em 1971 sob o título de ‘Sepheryn’, a canção foi retrabalhada por Madonna na década de 90. Enquanto o trabalho com a letra é melhor descrito como uma “edição”, aparando excessos, a grande modificação na versão de Madonna é mesmo o arranjo. De rock psicodélico, a faixa se transformou num trance afiado, dançante e extremamente comercial.
“Your song” – A versão feita por billy Paul para o sucesso de Elton John traz alterações tamanhas que é até complicado dizer que as duas tratam-se da mesma canção. A versão de Billy altera consideravelmente a estrutura da canção e até o refrão da balada original aqui deixa de existir, embora pouquíssimas alterações sejam feitas na letra, para acomodá-la ao novo compasso. Além disso, cada estrofe ganha uma dose extra de tensão, eliminada com o decorrer na música.
"Fell in love with a Boy"- Sem os vocais rasgantes ou as guitarras afiadas do White Stripes, Fell in Love with a Girl ganha um ar mais groovy e suave na voz potente (porém controlada) de Joss Tone e é definitivamente um dos pontos altos de seu disco de estréia.
"Bizarre love triangle" - Deixando de lado o psicodelismo e as complexas linhas de sintetizador da gravação do New Order, o extinto grupo Frente gravou no começo dos anos 90 uma versão para a faixa que prima pela simplicidade e deixa de lado a versão do grupo norte-americano. Com todas as arestas aparadas, é possível apreciar a boa melodia.
"Fico assim sem você" - Clássico do funk pop nacional na voz da dupla Claudinho e buchecha, a canção foi remodelada sem perder muito de sua estrutura original. Fazendo escolhas que melhor combinam com a simplicidade dos versos, Adriana consegue aflorar a delicadeza da canção ao escolher um arranjo que mescla elementos acústicos e eletrônicos de forma bastante aceitável.

terça-feira, 10 de agosto de 2010

Islands- The XX

Há algum tempo pensava em ouvir a banda inglesa The XX. Expoentes do indie rock inglês, o quarteto produziu o próprio disco de estréia, que embora não tenha emplacado nas paradas, agradou bastante gente (inclusive a mim).
Embora tenha sido apenas o terceiro single do disco, ‘Islands’ sem duvida alguma é a melhor e mais cativante faixa do disco. A faixa deixa no ouvinte a sensação de estar ouvindo rock amaciado e é impossível não pensar em como esta poderia ser uma grande gravação de indie rock fossem umas guitarras mais pronunciadas e alguns tons mais altos. Ainda assim, o refrão catártico se mantém forte e pegajoso mesmo com a entrega quase falada oferecida pelos vocalistas.
Outro ponto positivo de ‘Islands’ (e uma característica do disco como um todo)é a forte influência de grupos da cena eletrônica inglesa como os caras do Massive Attack. Apesar da instrumentação leve, a linha de baixo extensa encorpa e dá profundidade ao som. E, claro, seria injusto encerrar este comentário sem falar sobre o preenchimento elegante do arranjo de guitarras.
O The XX se mostra uma excelente descoberta para quem gosta de indie rock e trip-hop como eu. Mesmo que esta não seja muito a sua praia, o som de ‘Islands’ é acessível o bastante para agradar.

sexta-feira, 6 de agosto de 2010

Gaguismos

Parece bem claro para todos que o objetivo de Lady Gaga vai muito além de ser apenas mais uma estrela pop. As declarações feitas apenas para gerar notícias, os visuais bizarros e o fluxo constante de novo material evidenciam o anseio da cantora de transcender o cenário musical e fixar sua imagem no consciente coletivo.

Preocupada em manter seu nome relevante, ela trabalha há mais de dois anos o disco The Fame – que entre inúmeros relançamentos, já rendeu 10 singles – e constrói paulatinamente uma estética característica . Porém, Gaga parece deixar de lado um aspecto importante em sua empreitada rumo à dominação global: ao mesmo tempo que esta super-exposição fortalece sua imagem como ícone pop mundial, cada vez mais a configura como um daqueles fenômenos musicais que são bastante comuns no mundo pop: conscientes da efemeridade do material que tem em mãos, as gravadoras extraem o máximo de dinheiro possível, causando um esgotamento que encurta ainda mais a “Vida útil” de tais produtos. Este processo é bastante conhecido do grande público: Os Menudos, Spice Girls e, mais recentemente, o RBD não estão aí para provar isso.

Com um novo disco já pronto, Lady Gaga almeja o posto de neo-rainha do pop sem de fato perceber quem é o controlador e quem é o controlado

terça-feira, 3 de agosto de 2010

Choices

Esta semana fui apresentado a uma nova banda, o The Hoosiers, que acaba de lançar ‘Choices’, o primeiro single do segundo disco do grupo, The Illusion of Safety.
O que eu achei? Bom, Choices não é nada incrível. Apostando num pop/rock muito mais pop do que rock, a banda sueca investe naqueles hooks pegajosos e num refrão radiofônico. Uns sintetizadores aqui e ali insinuam um flerte bem tímido com a eletrônica (talvez seja uma tendência do disco, mais acentuada em outras faixas), enquanto os vocais roucos e agudos de Irwin Sparks, líder da banda, completam a tarefa de proporcionar uma experiência musical agradável e fácil de ser consumida ou ouvinte.
Aparentemente mais pop do que em seu primeiro trabalho, o The Hoosiers parece decidido a conquistar a Europa com um som nada inovador, mas que, mais importante, não tem pretenções muito além de entreter. E é isso o que importa.