sexta-feira, 27 de maio de 2011

Yesterday all my troubles seemed so far away!


No último domingo tive a oportunidade de ver de perto uma lenda viva, um dos maiores compositores do rock do todos os tempos, um dos mais importantes membros de uma das bandas mais célebres de todos os tempos, sir Paul McCartney. Macca passou pelo Rio de Janeiro com sua Up and Coming Tour, provavelmente o melhor espetáculo que já vi na vida.
No geral, quando se fala em espetáculos de turnê, os setlistings são sempre bastante óbvios. Salvas uma ou outra exceções,eles se limitam a uma compilação de singles acumulados ao longo da carreira acrescentados de uma ou duas músicas novas (de preferência, os singles mais novos). No caso de Macca, a história é diferente. Com um sem fim de singles de sucesso, seja em sua carreira solo ou com os Beatles, Paul parece fazer um equilíbrio ao montar um programa que inclua as canções que o público quer ouvir e as que ele e sua banda queiram cantar, e a estrutura do espetáculo bastante simples do ponto de vista estrutural (à exceção das gigantescas videowalls que cobrem as laterais do palco), permite que o setlit seja alterado com facilidade. Assim, não há major ou minor hits e as canções que te aguardam no show são sempre uma surpresa: Sem a menor intenção de cobrir seus cerca de 50 anos de carreira, Paul acomoda singles de sucesso como ‘Let It Be’ ou ‘Live and Let Die’ ao lado de b-sides como ‘Blackbird’ ou ‘Sing The Changes’ sem demonstrar a menor resistência em cantar sucessos de sua antiga banda. Ah,  e para lucro de todos, ele canta nada menos do que trinta canções (isso mesmo. TRINTA)e passa as quase três horas de espetáculo alternando entre diferentes guitarras ou pianos.
Além de tocar instrumentos durante absolutamente todo o espetáculo, Paul fez questão de ocupar todo o estádio com incríveis carisma e simpatia em doses homéricas (e até arranhou umas frases desajeitadas em português). Tudo isso aliado ao fato de ele ter cantado TODAS as minhas favoritas fizeram da Up and Coming Tour aquele que provavelmente será o melhor show que já vi!

domingo, 8 de maio de 2011

Música pra quê?


Há alguns dias, em entrevista à Billboard norte-americana, Adele disse “Não faço música para os olhos. Faço música para os ouvidos”. A frase cordial é uma critica velada à própria natureza do pop mainstream, que ao longo dos anos vem jogando no mercado artistas que atraem mais por sua imagem do que por sua música.
E se em algums casos, a música não tão boa vem com um invólucro visual bem interessante (afinal de contas, aqui é o Pop World. A imagem é tudo), em outros nada dá certo: a música se limita e reproduzir chavões, a voz vem apoiada por muito auto-tune, o corpinho recebe doses homéricas de photoshop e na hora de dançar...alguém já pensou em dublê?
Se estabelecendo mais como entertainers do que como artistas musicais, esses nomes (como Britney, Kesha e quase todas as crianças da Disney, para citar uns poucos) vendem muito mais música, acima de tudo, por seu carisma. Afinal de contas, utilizando as palavras da própria Adele, não se trata de música para os olhos e tampouco para os ouvidos. A persona artística toma muito espaço do que a própria arte.
Mas no fim das contas, se a questão é simplesmente entreter por entreter, por que não abrir um circo?

terça-feira, 3 de maio de 2011

Run The World (Girls)

Beyoncé anunciou seu retorno às paradas com o lead single ‘Run The World (Girls)’. Apostando numa sonoridade mais étnica, a cantora busca com o novo trabalho, acima de tudo, escapar do eletropop batido que domina a cena pop e esta característica é tanto o ponto positivo quanto negativo da canção: a faixa não parece com qualquer coisa que você já tenha ouvido tocando forte nas rádios e por isso mesmo dá para se perguntar se esta foi uma boa escolha para primeiro single.
Trabalhando com temática feminista (como já é de costume no trabalho de Beyoncé) a faixa parece muito segmentada, fazendo curvas sonoras demias para um som que deve, acima de tudo, se fixar na cabeça do ouvinte e nem mesmo o refrão cheio de acompanhamento vocal, como nos tempos do Destiny Child, parece grudento o bastante para dar à faixa o caráter viciante de singles como 'Irrepaceable', 'Crazy In Love' ou 'Single Ladies'. 
Embora apresente um pouco de visão (ou preocupação), 'Run The World' não representa, de fato, um avanço para a carreira de Beyoncé (assim como seus últimos discos não o faziam) e se em seu último trabalho de estúdio ela surgia mais aberta e eclética, agora suas influências urbanas surgem mais fortes, e embora seja cedo para falar de desempenho (os singles de Beyoncé sempre chegam de mansinho), é inevitável pensar no desempenho global da canção e, possivelmente, do próximo disco.