terça-feira, 27 de setembro de 2011

We Found Love - Rihanna feat. Calvin Harris


Rihanna é uma artista que não joga para perder. Sem medo de que o público se canse de sua imagem, nos últimos anos ela tem insistido em lançar single atrás de single, quase sempre conseguindo um resultado bastante satisfatório com o público. O segredo de tanto sucesso é uma cabeleira em constante transformação e uma sonoridade que nada mais se trata do que uma constante simbiose com os produtores do momento.
Assim, não é de se espantar que ‘We Found Love’ traga muitas das características que tornaram os últimos singles da cantora de Barbados hits: um refrão forte, produção genérica e muito dance.
Com letra vazia e produção apenas ok para o geralmente competente Calvin Harris, a canção se limita a repetir chavões mais do que batidos no eletrodance atual, mas que, aliados do excelente refrão, a ajudarão a escalar as paradas musicais com facilidade.
Praticamente desprovida de graves, a canção tem estrutura cafoninha e pontes que se entregam a riffs sintetizados demasiadamente longos, se estendendo numa progressão de notas escancaradamente voltada para as pistas de danças. Além disso, ao longo de toda a produção ouvimos  sintetizadores bem pronunciados, provavelmente para justificar a presença do nome de Harris nos créditos da canção. E se Harris cuida da produção, Rihanna, seu contraponto, entrega uma performance vocal bastante satisfatória, embora mais autotunada do que o apropriado.
Que ‘We Found Love’ será mais um sucesso adicionado à já extensa lista de Rihanna, não resta dúvida. O que resta, porém, é saber se ela, ‘Only Girl (In The World)’ e todos os outros singles descartáveis laçados por Rihanna recentemente serão lembrados por alguém daqui a cinco anos.

segunda-feira, 26 de setembro de 2011

Love On Top - Beyoncé


Durante o VMA, Beyoncé aproveitou para anunciar ao mundo seu herdeiro e para apresentar uma nova canção, ‘Love On Top’, que acabaria sendo tão bem sucedida que se tornaria o terceiro single de seu mal fadado disco ‘4’.
Deixando de lado as programações de sintetizador costumeiras de seus discos, Beyoncé investe em um arranjo que lembra canções do início dos anos 80 nesta faixa, que está cheia de elementos daquela época: acordes de guitarra sintetizados, estalar de dedos e arranjos de voz que mais lembram os grupos vocais da época, como o Jackson Five.
Os vocais, aliás, são um ponto forte da canção. Os  backing vocals floreiam as regiões mais baixas da canção por quase toda sua extensão, funcionando não para cobrir eventuais falhas da vocalista, como é comum, mas para de fato enriquecer a gravação. Além disso, livre de suas afetações usuais, Beyoncé não apenas apresenta uma interpretação mais simples para a canção, como consegue acompanhar sem dificuldade as homéricas subidas de tom da parte final da música. O final, aliás, é o único momento em que a canção desanda, subindo em direção a notas cada vez mais altas, mas nada que possa comprometer o bom arranjo.
Com conceito interessante e realização simplória, Love on Top, é uma uptempo doce que prova mais uma vez que Beyoncé se sai muito melhor quando investe na simplicidade do que quando tenta fazer feitos incríveis, como domesticar o Major Lazer.

segunda-feira, 19 de setembro de 2011

Locomotion Batucada - Cláudia Leitte

Convidada para se apresentar no Miss Universo, Cláudia Leitte viu na performance uma chance de alavancar sua popularidade em todo o planeta. Para isso, escolheu seu novo single, uma faixa “tipicamente brasileira”.

O grande problema é que ‘Locomotion Batucada’, a música em questão, é brasileira até demais. Ao invés de ter a sonoridade brasileira como característica mais contundente, a faixa salta aos olhos (ou aos ouvidos) pela falta de direção de sua produção. Cantada em português, inglês e espanhol, a faixa incorpora elementos do funk, da percussão baiana, do samba. Tudo isso entremeado por uma sem graça linha de sintetizador que tenta trazer um toque de eletropop para a canção.

Aliada ao excesso de instrumentação da faixa está a voz de Cláudia, que canta num tom absurdamente estridente e desconjuntado, sempre acompanhada por backing vocals igualmente risíveis.

Mesmo com a audiência de cerca de 2 milhões de pessoas em todo o mundo, Locomotion Batucada não parece ter emplacado em nenhuma parada musical (além da brasileira, na qual dá seus primeiros passos) e é interessante notar que Cláudia tenha optado por uma faixa com qualidade de produção tão questionável para dar o pontapé inicial a uma possível carreira internacional. Será que esse é o melhor que ela consegue fazer? O fato é que toda vez que Cláudia tenta se aproximar do pop o resultado é vergonhoso. Vide ‘Água’, ‘Famosa’, ‘Samba’ e agora ‘Locomotion Batucada’, que já é fail até no nome.

terça-feira, 13 de setembro de 2011

EURECOMENDO! Switchfoot – Dark horses

A banda Switchfoot surgiu com um som muito mais leve do que esse que nos oferece agora. Não que isso seja ruim, muito pelo contrário. Sendo uma banda de rock alternativo, mas muito associada ao rock cristão, está acostumada a caminhar entre os dois estilos, sem deixar que a essência característica dos mesmos ficasse de lado. Entretanto, mesmo não se permitindo tal coisa, Switchfoot sempre nos premiou com um som mais soft, auto-explicativo e, mais do que isso, fiel ao seu propósito. Em 2011, a banda (re)surge com seu primeiro single do oitavo álbum de estúdio, que é intitulado Vice Verses. Dark Horses já começa com um acorde bem marcado de guitarra, deixando bem claro que o som da banda está diferente. A bateria entra em seguida fazendo companhia à voz de Jon Foreman, que parece um pouco distorcida por alguns programinhas de computador, o que seria um ponto negativo na música. Contudo, o som é forte e gostoso. Chegamos ao refrão rapidamente e somos surpreendidos por uma pegada pesada, com baixo, guitarra e bateria se misturando e nos provocando sensações que Switchfoot não costumava provocar. Na metade da canção, há uma diminuição na cadência da música, criando um clima todo enigmático para o som da guitarra que aparece mais forte que nunca. Logo, com essa diminuição, os vocais de Jon aparecem mais limpos e podemos, enfim, curtir o que chamaria, sim, de bela voz. A banda americana não é conhecida por todos, mas tem uma legião de fãs pelo mundo que a acompanha há anos. Muitos amaram tal mudança no som, na pegada. Outros, nem tanto. E você, curte Switchfoot? Conhece? Se não, deveria.

Obs: Para provar tal mudança no som, deixo aqui o clipe da ótima “Stars”, de alguns anos atrás: http://www.youtube.com/watch?v=Tv-5snutHG0

terça-feira, 6 de setembro de 2011

Playlist: Top 5 Sexo



Hoje é dia do sexo é não motivo melhor do que esse para postar aqui um top 5 de músicas relacionadas ao tópico.
Naughty girl  – Sabe aquela noite em que você está a fim? Beyoncé deixa isso bem claro nesta faixa com sonoridade ultra sensual. Utilizando trechos da igualmente sexy 'Love to Love You Baby', de Donna Summer,
Nu-di-ty – Repleta de graves contagiantes, esta canção gira em torno do ato sexual de forma mais direta (mas nem por isso vulgar) abusando do eletrodance australiano típico de Kylie Minogue.
She Bop  – Dando mais um passo rumo à libertação sexual feminina, este clássico aborda a masturbação feminina com a vibe agressiva cheia de sintetizadores secos dos anos 80, que aliados aos vocais amplos de Cindy Lauper, dão o tom da faixa.
I Want Your Sex – Esta canção se tornou um clássico não pela melodia ou pelos vocais de George Michael, que aqui estão longe de sua melhor forma, mas pela letra incisiva. Afinal, em que outra canção você ouviria os versos "Sex is natural/sex is good/ Not everybody does it/ But everybody should"
Rain – Para os mais desavisados, Rain é apenas uma linda canção de amor. Ouvindo-a mais atentamente, porém, é claro que a faixa é um verdadeiro tratado sobre orgasmo em forma de balada.

sexta-feira, 2 de setembro de 2011

Mr. Know It All - Kelly Clarkson


Depois do fracasso do disco My December, Kelly Clarkson nunca mais gozou da mesma popularidade que tivera antes nos Estados Unidos. Em seu novo trabalho, ‘Mr Know It All’, Kelly mostra sua flexibilidade ao se expandir para outros formato.
Consciente de que o eletropop tomou uma boa fatia do mercado pop, Kelly deixa de lado o pop rock mais forte que caracterizava seus álbuns mais recentes e aqui opta por uma roupagem mais leve para a canção, debruçando-se sobre uma sonoridade mais R&B numa midtempo água com açúcar. A intenção da garota parece ser se aproveitar da onda de canções mela cueca como as de Colbie Caillat e Bruno Mars para voltar ao mercado.
Com letra boba, a canção se desenvolve de forma preguiçosa sobre um arranjo previsível. Não há nada particularmente interessante na canção (nem mesmo um bom refrão). A voz de Kelly é um dos poucos pontos positivos da canção: Escolhendo uma textura de sua voz mais R&B e pouco conhecida do grande público, a cantora adota um tom mais baixo e rouco de sua voz e dispensa os exageros vocais. Como resultado, ela consegue uma performance contida e que parece se acomodar confortavelmente à faixa.
Embora não seja um primor, o ponto mais grave de ‘Mr. Know It All’ é a falta de personalidade. Kelly pega carona em um gênero caracterizado por canções medianas e, neste sentido, não faz feio e oferece uma música genérica. Resta saber se a canção agradará o público.

quinta-feira, 1 de setembro de 2011

Maroon 5 - E você, tem os movimentos do Jagger?


Desde Songs About Jane, a banda norte-americana Maroon 5 vem embalando alguns hits nos charts mundiais. A qualidade do som da banda é inquestionável. Muitos até dizem que será difícil Adam e Cia produzirem um cd tão bom quanto esse que remete à tal Jane. This Love, She Will be loved, Makes Me Wonder e a parceria com a the Biggest Forehead mais lucrativa da indústria fonográfica(acho que já disse isso antes) If I never see your face again são alguns exemplos de músicas que fizeram barulho, sendo as duas últimas do segundo CD da banda. Veio o terceiro álbum de estúdio, que foi chamado de Hands all over. Seu primeiro single, Misery, não conseguiu chamar tanta atenção. Parecia, então, que a partir daí a banda não conseguiria emplacar mais nada, visto que os singles que vieram logo depois pouco barulho fizeram também. Só que Adam tinha uma carta na manga. Logo, surge um single impactante, com uma parceria de peso e que pertence à versão deluxe do álbum. Moves Like Jagger teve sua estréia ao vivo no programa de calouros em que Adam é jurado, The Voice. Com um som super catchy, uma levada extremamente gostosa e com os vocais de Levine mais agradáveis que nunca, ficou fácil deduzir que os movimentos de Jagger fariam o maior sucesso. Não bastasse tudo isso, ainda temos Christina Aguilera, com seus vocais super potentes, porém contidos, nos presenteando com um desempenho pra lá de empolgante quase no fim da canção. Recentemente, a música conseguiu alcançar o primeiro lugar no chart da Billboard, o que é muito merecido, levando em consideração o fato de que Maroon 5 conseguiu apresentar um single que, além de radiofônico ao quadrado, tem uma vibe pra cima, presta homanagem ao Sir. Jagger e possui pegadas musicais muito gostosas de acompanhar, parecendo, a quase todo segundo da música, que estão querendo nos levar para uma pista de dança – o que faz com bastante eficiência. Entretanto, muitos dizem que o sucesso da canção deve-se exclusivamente à presença de dona Fatchristina Aguilera, mesmo não tendo emplacado um único sucesso com seu último álbum. Você concorda? Eu não! Apesar de Christina dar um gás especial na música, Moves Like Jagger tem qualidades suficientes que poderiam levá-la ao topo sem muito esforço, com ou sem Aguilera.