quinta-feira, 13 de dezembro de 2012

Ride - Lana Del Rey



Lana Del Reyu surgiu no ano passado como um improvável sucesso indie. Depois de mais de 2 milhões de cópias vendidas com álbum de estréia, 'Born To Die', ela agora retorna com o EP 'Paradise', puxado pela faixa ‘Ride’.
Na faixa, Lana mais uma vez assume sua persona artística característica ao abordar assuntos típicos de uma alma atormentada e de uma vida regada a muito álcool e drogas. Numa letra com tom evocativo e melancólico, Lana mostra um de seus melhores trabalhos como compositora até o momento, ao criar lindos versos como  ‘I'm tired of driving 'till I see stars in my eyes’.
Porém, todos os méritos da letra de ‘Ride’ seriam jogados no lixo se não fosse a forte interpretação de Lana para a canção. Investindo ora em uma textura de voz granulada que já é característica de seu trabalho, ora em agudos ásperos, Lana entrega uma performance que apesar de imperfeita, prima pela emotividade exatamente por saber jogar com a fragilidade vocal de sua intérprete. E se os excessos da afinação eletrônica eram claros e constrangedores em ‘Born to Die’, desta vez é possível perceber o quanto Lana evoluiu desde seu último trabalho.
 E se a temática de ‘Ride’ é uma recorrente no trabalho de Lana, o mesmo não pode ser dito sobre a sonoridade da faixa. ‘Ride’ mostra uma artista em busca de uma sonoridade mais abrangente mas que nem por isso está disposta a se descaracterizar. A produção, assinada pelo lendário Ruck Rubin, é livre de excessos e construída sobre uma base de piano (talvez numa alusão à balada ‘Video Games’, que trouxe a cantora aos holofotes), o que não impede que o refrão, enriquecido com as cordas que permeam toda a faixa, seja forte e tocante o suficiente para cruzar a linha entre o indie e o c
Se os próximos singles de Lana seguirão a mesma linha de ‘Ride’, evitando a redundÂncia sonora característica de ‘Born To Die’, não se sabe,. O que podemos dizer com certeza, porém, é que com este single Lana dá um significativo passo rumo a ser uma grande artista.

sábado, 8 de dezembro de 2012

Diamonds - Rihanna


Rihanna lança um disco por ano, cada um deles se desdobrando em vários singles (só este ano já são seis). Portanto, com tanto material chegando ao mercado, não é de se espantar que vez por outra a cantora de Barbados acerte em cheio.
Este é exatamente o caso de Diamonds, faixa que puxa o novo disco de estúdio da cantora. Apesar de ter um público fiel e um lugar quase cativo no topo das paradas com gravações voltadas para a dancemusic que pegam carona na onda do momento sem se preocupar em estampar nenhuma personalidade, desta vez Rihanna investe em uma balada como lead single e merece seus méritos por isso.
Em Diamonds Rihanna mostra a boa voz em uma performance forte, o que prova que ela pode sim demonstrar emoção mesmo com uma carreira tão atrelada ao pop music. Com um refrão menos imediato do que hits passados da cantora como 'Umbrella' ou 'Only Girl (In The World)', ‘Diamonds’ é uma balada forte e emotiva na medida certa daquelas que precisa de mais audições para conquistar o ouvinte. E se a letra peca pelo simplismo exacerbado, ela ainda assim é eficaz em construir uma imagética interessante. Porém, o grande feito de ‘Diamonds’ é mostrar que Rihanna pode sair do automático de vez em quando.

sexta-feira, 26 de outubro de 2012

Skyfall - Adele


Em 2010, Adele foi responsável por uma das maiores comoções musicais dos anos 2000 com o disco 21, vendendo mais de 20 milhões de cópias em menos de dois anos e arrastando pelo caminho diversos Grammys e a aclamação da crítica especializada. Naturalmente, as expectativas para um novo trabalho da cantora seriam altas não apenas no que tange a seu aspecto comercial, mas também pela qualidade que se tornou característica em seus trabalhos anteriores.
Pois que em ‘Skyfall’, faixa da cantora para o novo filme do agente James Bond, Adele é traída pela expectativas criadas por ela própria. Não, na se assuste: Dizer que a música é ruim seria um exagero completo.
A produção, a cargo da própria Adele e de Paul Epworth, trabalha para dar à faixa um ar de grandiosidade e é enriquecida com a presença de uma orquestra, enquanto Adele assume uma tonalidade de voz altiva e sensual em sua voz à altura do instrumental. O refrão melódico, por sua vez, e o trabalho de acompanhamento vocal contribuem ainda para transformar ‘Skyfall’ não apenas em um hit instantâneo, mas em uma faixa que vislumbra a atemporalidade pelo conjunto da obra.
Se por um lado isso é mais do que satisfatório e também muito mais do que se pode esperar da maioria dos singles que chegam ao mercado todas as semanas, a insistência dos produtores em transformar a canção em algo épico é sintomático da falta de confiança dos mesmos em sua melodia. E de fato, apesar de seus méritos – que são muitos – falta à Skyfall aquela característica intrínseca da própria melodia que eu mencionara neste outro post e que tornava sua música boa por mérito próprio e não graças a um trabalho de produção excessivamente racionalizado. Trocando em miúdos, despindo-se toda a produção refinada, sobra uma faixa que nada tem de excepcional e, não fosse um single de Adele, dificilmente ganharia grande destaque sob outro formato qualquer.
Mas não me leve a mal. ‘Skyfall’ é uma prova de que Adele ainda pode fazer músicas épicas. Só lhe falta a espontaneidade de outros trabalhos da cantora.