quarta-feira, 28 de março de 2012

Call Me Maybe - Carly Rae Jepsen


Talvez seja acertado dizer que ‘Call Me Maybe’, da estreante Carly Rae Jepsen, seja um erro que deu certo. Mesmo repleta de elementos que são –em sua essência – mais do que datados, a canção consegue sobreviver para se tornar um guilty pleasure cuja principal característica é o som cafoninha do final dos anos 90.
Na verdade, pouca coisa se salva na canção, a começar pela performance vocal de Carly que , se não é ruim, tampouco pode ser considerada excelente –  e grande parte disso se deve ao fato de a canção pouco exigir de sua intérprete. A produção pouco inspirada escorrega em elementos que eram comuns no mercado há mais de dez anos, como os violinos sintetizados e a batidinha farofenta que preenche a faixa.
Porém, mesmo com todos os ingredientes para resultar em um pesadelo pop noventista, esta mistura pra lá de antiquada resulta em um pop cafoninha e grudento com grande potencial comercial e os grandes responsáveis por isto são a boa melodia e, especialmente, o ótimo refrão. Além disso, deve-se levar em consideração que os recursos empregados na canção são cafonas e ultrapassados sim, mas sua eficiência já foi mais do que comprovada ao longo da última década.
É claro, porém, que nem estes elementos nem o belo rostinho de Carly evitarão que – depois de tocar bem nas rádios e até em seu iPod – ‘Call Me Maybe’ caiam no esquecimento profundo dos one-hit Wonders.

quarta-feira, 21 de março de 2012

BOOMBOX RECOMENDA: Prince



Existem milhões de razões para você odiar Prince. Ele é excêntrico, bizarro, continua com a mesma cara de 20 atrás, canta ‘Kiss’ em tons constrangedoramente agudos e proibiu a imprensa de chamá-lo por seu nome durante dez anos, sendo conhecido neste período como “O artistas antes conhecido como Prince”.
Porém, existem zilhões de outras razões para que você o ame. Além de uma potência vocal invejável, Prince é incrivelmente versátil, indo do funk sujo ao rock com relativa facilidade. Como se apenas isso já não fosse o bastante, ele ainda é um guitarrista soberbo e sua contribuição para a música negra é imensurável. Um dos primeiros negros a emplacar um videoclipe na programação da então novata MTV, Prince foi ainda o primeiro artista a comercializar sua música numa ainda incipiente internet, em meados dos anos 90, e o primeiro a parar de fazê-lo há algum tempo atrás. É impossível não notar sua forte influência no hip-hop e no funk atuais. Se você acha Jay-Z ou Eminen gênios da improvisação ou se pensa que Michael Jackson é o maior artista negro de todos os tempos, certamente nunca ouviu Prince.
A discografia de Prince é sem dúvida um item indispensável na cdteca de qualquer amante de música ou mesmo daqueles que apenas apreciam a música pop em sua essência. Abaixo, um singelo top 5 com algumas de suas gravações mais notórias, um mero walk through para o imenso trabalho deste grande artista.

When Doves Cry
Purple Rain
Kiss
Little Red Corvette
Nothing Compares 2 u

domingo, 18 de março de 2012

Shadow Days - John Mayer

John Mayer conseguiu ao longo dos anos construiu uma carreira com trabalhos sólidos e singles de sucesso, ganhando simultaneamente o sucesso de público e respeito da crítica especializada.
John trabalha em um escopo bastante reduzido e, portanto, é compreensível – e até esperado – talvez – que ‘Shadow Days’, seu mais novo single, divida semelhanças harmônicas com outros trabalhos de Battle Studies, seu disco anterior. Porém, é uma pena que o novo trabalho não consiga alcançar o mesmo nível de singles como ‘Waiting On The World To Change’ ou ‘Heartbreak Warfare’, que além de serem ótimas produções, ainda diferem enormemente entre si.
Mas não se engane – ‘Shadow Days’ ainda traz o melhor de John Mayer: Os vocais contidos, o intricado trabalho de cordas e, acima de tudo, uma levada capaz de prender a atenção de seu público alvo (nominalmente, o adulto). Apostando em uma abordagem direta, o que resulta em uma produção que, com exceção de algumas distorções de guitarra, não conta com muitos floreios, o grande trunfo de ‘Shadow’ é mesmo uma melodia que só ganha força a cada refrão.
Outro detalhe importante que demonstra o cuidado do artista com a produção é o solo de guitarra, que além de dialogar de forma harmônica com o arranjo da canção ao invés de se situar num tom mais alto, representa apenas uma continuidade dos acordes distorcidos que permeiam todo o segundo plano.
Cotando ainda com uma letra que demonstra o nível de sensibilidade apropriado para a faixa, ‘Shadow Days’ é um demonstrativo de um John Mayer que embora não esteja em seu ápice criativo, ainda se beneficia de um bom tino comercial e de uma produção polida.

sexta-feira, 9 de março de 2012

Glad You Came - The Wanted



Faz mais de seis meses que ‘Glad You Came’, segundo single dos ainda novatos do The Wanted, liderou as paradas do Reino Unido, mas só agora a canção alcança o sucesso nos Estados Unidos.
A faixa é uma daquelas produções concebidas em laboratório e que tem como única função bombar nos charts. Ela começa com uma já batida introdução ao piano para logo se entregar a um arranjo poluído que dispensa a produção de qualquer remix para fazer sucesso nas baladas de todo o mundo.
Mas apesar desta sonoridade universal pronta para as pistas de dança e de um refrão que poderia certamente entoar um hit de verão brasileiro, a verdae mesmo é que nada em ‘Glad You Came’ presta: o arranjo é genérico e se limita e repetir clichês e é bem verdade que uma tonalidade mais alta beneficiariam bastante a canção. Mas ainda assim, ‘Glad You Came’ consegue resistir a isto tudo e ser um passatempo satisfatório (uma vez que usar adjetivos como 'poderoso' ou 'inovador' seriam terríveis equívocos), mas a realidade é que os meninos do The Wanted não parecem realmente preocupados em fazer muito mais do que isso...