segunda-feira, 26 de julho de 2010

Cornestone



Algumas músicas encantam pela forma como suas letras são construídas, porque conseguem constituir significado em si mesmas. Um exemplo é ‘Cornerstone’, do Arctic Monkeys.
A canção apresenta um protagonista que, obcecado por sua amada, tenta encontrá-la em outras mulheres com as quais esbarra em situações diversas e é a partir destes encontros que seu perfil – e sua angustia - é construído. “But my chances turned to toast /When I asked her if I could call her your name”, diz ele, em um dos versos, expressando o desespero de transferir para alguém a imagem idealizada da mulher que ama.
Porém, o ponto alto de Conerstone é o encontro com a terceira e derradeira mulher, retratado na pedra fundamental do título - talvez um símbolo de reconstrução. Como nos encontros anteriores, ele a compara a sua amada, e constata: “well, you couldn’t get much closer”, e a resposta da garota ("I'm really not supposed to but yes, You can call me anything you want") não só retoma e comprova a eficácia da imagética construída ao longo dos versos como traz conotações bastante interessantes para o último verso (que é de longe o meu favorito).
Embora um fracasso comercial, Cornerstone é provavelmente a melhor canção do álbum Humbug e, bom, merece alguma atenção. Não deixe de conferir.

5 comentários: